Para atleta trans do tênis de mesa, que estreia como comentarista da TV Globo, divisão binária do esporte é algo complexo e que deveria ser debatido
“Por que as categorias são separadas em feminino e masculino, de acordo com o órgão genital?” O questionamento acima é de Lucas Kumahara, medalhista brasileiro do tênis de mesa com três Olimpíadas no currículo. Kumahara, que competia na modalidade feminina, agora atua na masculina e vai a Paris como comentarista da TV Globo. É ele o entrevistado do Podcast da Semana da edição especial sobre os jogos.
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Na entrevista, Kumahara fala sobre um dos pontos mais polêmicos do esporte hoje, a situação dos atletas trans nas modalidades feminino ou masculino. Segundo ele, a situação é complexa e está longe de estar clara ou resolvida, e um dos motivos é que os corpos trans são muito pouco estudados. “Cada esporte tem a sua autonomia para decidir as regras e, no tênis de mesa por exemplo, só começou a ser discutido quando apareceu a minha história”, afirma.
A Gama, o atleta conta que pensou em declinar do convite para comentar os jogos porque o tênis de mesa oferece pouco tempo para que os comentários sejam feitos. Mas mudou de ideia e disse que pretende levar o lado humano dos atletas para os telespectadores, que não sabem muito sobre o que passam para conseguir treinar e exercer a carreira. “Atleta não é só rendimento, não é máquina”, afirma. “As pessoas não fazem ideia das dificuldades que o atleta passa.”
Roteiro e apresentação: Isabelle Moreira Lima
No link abaixo e também no Deezer, no Spotify, e no Apple Podcast, você escuta este episódio.