O presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), declarou nesta quarta-feira que o seu partido vai entrar com uma representação na Justiça Eleitoral contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe do Poder Executivo pediu votos para o deputado Guilherme Boulos (PSOL), que é pré-candidato a prefeito de São Paulo. A conduta é proibida pela legislação, que só permite pedido de votos durante o período oficial de campanha, que só começa em agosto.
“O Diretório Nacional do @Progressistas11 vai entrar com representação contra o ABSURDO cometido hoje contra a democracia e o povo de São Paulo pelo presidente da República e o candidato Boulos. Fizeram um comício a favor de Boulos com patrocínio de uma estatal, a Petrobras!”, escreveu Ciro nas redes sociais.
O PP irá apoiar o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), que deve polarizar a disputa municipal com Boulos. Nunes também disse que irá entrar na Justiça por conta da declaração de Lula.
O senador, que foi ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, se classifica como oposição a Lula, mas o partido está representado na Esplanada de Lula com o ministro dos Esportes, André Fufuca, que é aliado próximo de Ciro.
“Não é só abuso de poder econômico. É um desrespeito com a cidade de SP e com o país. A cidade está assolada pela pior epidemia de dengue da história e o governo federal vai até lá para torrar dinheiro público com politicagem?”, criticou o presidente do PP.
Em São Paulo, durante discurso às centrais sindicais, em ato realizado no âmbito do Dia do Trabalhador, Lula chamou Boulos ao seu lado, fez elogios ao aliado e pediu que o público votasse nele na eleição municipal de outubro. O presidente afirmou que o deputado vai enfrentar “três adversários” no pleito: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) e o prefeito Ricardo Nunes (MDB).