Foi lançada pela B3, a bolsa de valores do Brasil, a designação especial B3 Ações Verdes, que irá destacar as empresas que contribuem para a chamada “economia verde”. A iniciativa é voluntária e, como informa a bolsa, foi desenvolvida com o objetivo de manter o mercado de capitais brasileiro na vanguarda do movimento internacional de incentivo a práticas Ambientais, Sociais e de Governança Corporativa (ASG).
A metodologia foi baseada no Green Equities Principles, lançado em 2023 pela World Federation of Exchanges (WFE), federação mundial de bolsas que apoia o desenvolvimento do mercado de capitais por meio de estudos e diretrizes para a elaboração de normativos.
“A decisão da B3 em criar a designação de ações verdes está alinhada com o seu propósito de conduzir o desenvolvimento econômico sustentável. Esta identificação especial pode ser usada pelos gestores como ferramenta de reputação e planejamento dos investimentos das companhias, enquanto os investidores terão mais um mecanismo para obter informações para apoiar decisões, mitigar riscos e diversificar o portfólio”, disse Cesar Sanches, superintendente de sustentabilidade da B3, em comunicado.
Podem solicitar a classificação empresa listadas que tenham mais de 50% da sua receita bruta anual proveniente de atividades consideradas verdes, mais de 50% dos investimentos e despesas operacionais anuais destinados a tais atividades e menos de 5% da receita bruta anual derivada de combustíveis fósseis.
Para recebê-la, haverá uma análise do cumprimento dos critérios estabelecidos no regulamento, feita por uma entidade credenciada pela B3, e, para mantê-la, essa avaliação deverá ser atualizada anualmente. As empresas aprovadas terão um ícone oficial B3 Ações Verdes atrelado aos seus ativos.
A designação Ações verdes faz parte de um leque de produtos de ESG da B3, como Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE B3), Índice Carbono Eficiente (ICO2 B3), Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC), Índice de Governança Corporativa Trade (IGCT), Índice Governança Corporativa – Novo Mercado (IGC-NM), Índice de Ações com Tag Along Diferenciado (ITAG), Índice de Diversidade (IDIVERSA) além de produtos balcão como títulos temáticos ESG e Crédito de Descarbonização (CBIO).
“A demanda por investimentos responsáveis e alinhados com critérios de sustentabilidade é uma realidade, sendo que as decisões de investimento cada vez mais consideram para além dos parâmetros tradicionais de perspectiva de valorização e rentabilidade dos negócios as novas tendências associadas às questões Ambientais, Sociais e de Governança. Companhias que demonstram (e comprovam) boas práticas nestas áreas tendem a ser mais atraentes para os investidores. Eu tenho a certeza de que o Mercado de Capitais brasileiro tem condições de ser um dos grandes protagonistas mundiais na Agenda Verde e na pauta das Finanças Sustentáveis,” afirmou João Pedro Nascimento, Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).