‘Rua virou rio’
“Moro no bairro de Humaitá, na zona norte de Porto Alegre, uma das regiões isoladas pelos alagamentos. Meu sogros vivem em São Leopoldo [na região metropolitana] e, quando a casa deles começou a enfrentar o risco de alagamento, eles vieram ficar na minha. A deles, de fato, alagou no dia seguinte.
No meu apartamento estavam 13 pessoas: eu, minha mulher, minhas três filhas, de 8, 6 e 4 anos, e mais oito pessoas que vieram de São Leopoldo. Como moro no quarto andar, acreditava que minha casa não estava correndo risco de alagamento.
Mas a água começou a subir no meu bairro também. O que era uma rua no sábado tinha se tornado um rio na terça-feira.
Ficamos sem água, sem energia e a situação começou a se tornar preocupante, principalmente em relação à segurança. Estavam rolando muitos arrombamentos e assaltos aos barcos que passavam por ali. Decidimos que era melhor abandonar o prédio.
Água na altura do pescoço’
Na manhã de terça (7), vimos um barco chegando na frente do nosso condomínio. A água já estava na altura do pescoço. Entramos na embarcação da Polícia Civil com oficiais de Santa Catarina. Eles nos levaram até um primeiro ponto seco, ainda na zona norte de Porto Alegre. A partir daquele local, seguiríamos em outro barco, ajudados por outra equipe.