Ainda segundo a denúncia, os irmãos até então não cogitavam nenhuma reação violenta. Isso porque as políticas de regularização fundiária não haviam sido afetadas, e porque Freixo tinha grande projeção política. “Eliminá-lo poderia gerar grande repercussão”, diz a PGR.
A chegada de Marielle
Projeto aprovado, mas sem resultados. Em 2015, Chiquinho, que era vereador desde 2005, conseguiu aprovar duas Leis Complementares Municipais para flexibilizar os critérios de regularização e parcelamento irregular de terrenos em áreas comandadas por milícias. A iniciativa, porém, não teria provocado os efeitos práticos desejados pelo clã: 186 projetos de regularização foram apresentados, mas nenhum, deferido.
Chiquinho, então, articulou nova proposta e enfrentou dura oposição de Marielle. O vereador apresentou em 2016 um novo Projeto de Lei Complementar que flexibilizava ainda mais as exigências ambientais e urbanísticas para a regularização de terrenos. Esta proposta, por sua vez, contou com oposição de Marielle, que afirmava que a iniciativa visava a beneficiar a milícia na Zona Oeste.
Proposta foi aprovada em 2017 com apenas um voto além do necessário. Para a PGR, a tramitação da proposta, com quase um ano para aprovação e votação apertada, não deixa dúvida de que os irmãos ficam descontentes com Marielle. “Não há dúvida de que as dificuldades na tramitação do projeto e, sobretudo, o elevado risco de rejeição, somados ao histórico de conflitos com o PSOL e Marielle Francisco da Silva, recrudesceram o descontentamento dos irmãos Brazão”.
A oposição de Marielle só aumentava. A denúncia da PGR cita a atuação da vereadora contra os projetos defendidos por Brazão, tanto dentro da Câmara quanto nas redes sociais.