A Polícia Federal fez na última quinta (6) operação que mirou 208 foragidos e sob risco de fuga envolvidos com os atos do 8 de Janeiro. Até ontem, 50 foram presos por ordem do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, e 158 continuavam sendo procurados.
A ação ocorreu após o UOL revelar que ao menos dez condenados ou investigados fugiram do Brasil -o destino da maioria foi a Argentina. A PF quer a extradição dos fugitivos e que seus nomes sejam incluídos na lista da Interpol (polícia internacional).
Ao UOL, os foragidos —que se dizem perseguidos políticos e querem obter refúgio— relataram facilidade na fuga tanto para se livrar da tornozeleira como para ingressar no Uruguai e na Argentina.
“Se estivessem tão preocupados com as fronteiras, não entrava tanta arma e droga no Brasil […] A fronteira no Brasil não é uma peneira, é uma porta escancarada, é a porta para a [casa da] mãe Joana”, comparou Venâncio. Ele disse que não teve de se identificar em nenhum momento durante a fuga.
Venâncio fez pedido de refúgio na Argentina e afirma que tem ajudado outros fugitivos a fazerem o mesmo. Mais de 60 brasileiros já pediram refúgio ao governo argentino, segundo fontes relataram ao UOL.
Estou ajudando o pessoal como intérprete para as solicitações [de refúgio ao governo argentino]. É um trabalho voluntário. Ajudo na condução de documentos, envios de emails, na construção das cartas [com] os relatos de todos. São pessoas comuns e inocentes.
Luiz Fernandes Venâncio, foragido do 8/1