Uma mãe questionou de forma ponderada e reflexiva: como podemos, enquanto mães, cultivar valores semelhantes aos demonstrados por Matteus Amaral em nossos próprios filhos?
A resposta a essa indagação emerge de um princípio fundamental: uma base familiar sólida tem o poder de inspirar indivíduos a adotarem princípios de respeito, empatia e outros valores essenciais que, nos dias atuais, por vezes se encontram obscurecidos, especialmente entre os jovens.
Matteus Amaral, oriundo de Alegrete, despontou diante do Brasil como um exemplo vivo desses valores. Criado em um ambiente rural ao lado de sua mãe Luciane Amaral e padrasto Luciano Noetzold (Ibirocai), imergiu desde tenra idade em uma rotina marcada pela convivência com animais e pelo estilo de vida simples do interior gaúcho. Adotando a linguagem típica da região fronteiriça do Rio Grande do Sul, Matteus enfrentou desafios ao trazer sua autenticidade para o ambiente escolar na cidade, sofrendo preconceito por sua vestimenta característica. No entanto, tais adversidades não o impediram de moldar um caráter íntegro, respeitoso, empático e amoroso, desafiando estereótipos e demonstrando que a rudeza não define a essência do gaúcho.
A influência positiva de seus pais e de sua avó Neuza França, figura central em sua vida, foi crucial na formação desse caráter sólido e compassivo. Da casa modesta no bairro Ibirapuitã em Alegrete, Matteus absorveu valores como gratidão, amor e respeito, os quais hoje reverberam em suas ações e em sua maneira de interagir com o mundo.
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Nesse contexto, é pertinente lembrar às mães e pais contemporâneos da importância de olhar para a criação oferecida por seus próprios pais e avós, percebendo que a abundância material nem sempre foi uma constante. Nas gerações passadas, o esforço e a perseverança eram as vias para a conquista, e muitas vezes a felicidade se encontrava nos momentos compartilhados em meio às adversidades.
Em uma era marcada pela instantaneidade e pela cultura do descartável, a tarefa de inculcar esses valores torna-se ainda mais desafiadora. É necessário ensinar às crianças e jovens a arte da paciência, da gratidão e do trabalho árduo, valores fundamentados nos princípios cristãos que transcendem a efemeridade das tendências modernas.
É comum, nos dias atuais, que os pais busquem compensar sua ausência com presentes materiais, porém, nada substitui o valor da presença e do convívio familiar. O verdadeiro desejo das crianças muitas vezes reside na simples companhia dos pais, em detrimento dos bens materiais.
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Para “forjar” novos “Matteusinhos” em meio à sociedade contemporânea, é essencial que os pais e avós compreendam a importância da firmeza e do discernimento na educação. A negativa ocasional e o estabelecimento de limites são elementos cruciais na formação de indivíduos conscientes, éticos e respeitosos.
Nesse sentido, ensinar os filhos a administrar seu próprio dinheiro e a valorizar conquistas alcançadas com esforço pode ser uma estratégia eficaz para incutir valores de responsabilidade e autonomia desde cedo. Afinal, a satisfação genuína não está na posse de bens materiais, mas sim na construção de relações afetuosas e na internalização de princípios sólidos.
Portanto, diante da voragem do mundo contemporâneo, é preciso resgatar a essência dos valores familiares, cultivando laços de amor, respeito e solidariedade que transcendam as fronteiras do tempo e do espaço. Somente assim poderemos vislumbrar uma nova geração de indivíduos inspirados pelo exemplo de integridade e humanidade personificado por Matteus Amaral e tantos outros que, como ele, trilham o caminho da autenticidade e do altruísmo.