A agência de classificação de riscos Moody’s mudou para positiva a perspectiva da nota de crédito do Brasil.
A informação foi divulgada nesta quarta-feira (1º) pela Secretaria do Tesouro Nacional. O g1 tenta confirmar a mudança com a própria agência, que não divulgou a alteração e nem os motivos da nova análise.
O “rating” atual do Brasil na classificação da Moody’s é Ba2 – o que coloca o país no chamado “grau especulativo”, indicando um risco maior para investimentos estrangeiros.
Ao indicar um viés positivo na análise, a Moody’s sinaliza que pode elevar a nota de crédito no futuro. Representantes da agência se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no último dia 23, mas não houve anúncios após o encontro.
Essa nota é usada pelos investidores para avaliar em quais países ou empresas o investimento é mais seguro. Se a nota é mais baixa, o risco é maior – o que, em economia, significa cobrar juros mais altos.
Alguns fundos europeus ou norte-americanos, por exemplo, só investem em títulos de países com grau de investimento – as notas mais altas. Ou seja: ter uma classificação boa ajuda a atrair esses recursos internacionais.
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Em busca do ‘grau de investimento’
Na classificação da Moody’s, o Brasil está atualmente a “dois degraus” do grau de investimento.
O país chegou receber o grau de investimento da Moody’s entre 2009 e 2015, mas vem se mantendo na nota de crédito Ba2 desde então.
“O Ministério da Fazenda reafirma o compromisso do país com uma trajetória sustentável para as contas públicas, combinando esforços para melhorar a arrecadação e para conter a dinâmica das despesas”, diz a nota divulgada pelo governo.
“O melhor balanço fiscal do governo levará à redução das taxas de juros e à melhoria das condições de crédito. Desta forma, serão criadas as condições para a ampliação dos investimentos públicos e privados e a geração de empregos, aumento da renda e maior eficiência econômica, elementos essenciais para o desenvolvimento econômico e social do Brasil”, prossegue o ministério.
Além da Moody’s, há outras duas agências principais de classificação de risco que concedem (ou não) o chamado grau de investimento às economias globais: a S&P Global Ratings e a Fitch.
As três firmas adotaram trajetórias semelhantes ao avaliar a segurança para investir no Brasil nos últimos anos.
S&P e Fitch concederam o grau de investimento ao Brasil um ano antes da Moody’s, em 2008 – e também retiraram o grau um ano antes, em 2014.