Se tem uma coisa que não se pode negar aos Andretti é a tenacidade. Não é de hoje que a fibra se mostra como um ponto forte. Alguns podem até classificar como teimosia. Mas eles vão até o fim e a saga da entrada na F1 é uma mostra disso.
Após a negativa da F1 em seu pedido de entrada para 2026 (com direito a email entrando na caixa de spam), Michael Andretti seguiu adiante com o projeto e ainda resolveu ampliar a aposta…
Contando com o apoio do grupo Guggelheim, da gigante financeira Gainsbridge e da GM, a Andretti seguiu no seu plano de construção de sua nova fábrica em Indiana (Estados Unidos) e inaugurou oficialmente uma nova base no mês passado perto de Silverstone (Inglaterra).
Esta nova base britânica, que tem cerca de 4500 m2, já estava com cerca de 80 pessoas, comandadas por Nick Chester (Diretor Técnico, ex-Renault), desenvolvendo um carro de F1 dentro das regras atuais em conjunto com uma equipe da GM, que vem trabalhando no desenvolvimento da Unidade de Potência, que só estaria apta para uso em 2028.
O foco da Andretti é se dividir entre Estados Unidos e Reino Unido. Embora a base seja na América, por questões de mão de obra e logística, é estratégico ter uma base europeia. Hoje, a equipe já conta com uma unidade em Bambury para a equipe de Formula-E e não fica muito distante da nova área (cerca de 15 minutos de carro). Mas para uma equipe de F1, é um espaço pequeno (mesmo a Haas tem uma área ligeiramente maior).
Quando da inauguração, Michael Andretti disse que o objetivo era a F1, mas que aquela base poderia servir para unificar as operações da Andretti, que não poderiam ficar na F1 e F-E. Não é de hoje que se fala numa possível entrada do time nas categorias de base e até mesmo uma expansão para o WEC (não podemos esquecer que a Andretti opera os Acura no IMSA em conjunto com a Wayne Taylor e sempre há a ideia da ida dos japoneses para o Mundial).
Mesmo assim, o trabalho segue. E os Andretti subiram mais ainda a aposta: no dia 1º de maio, uma carta assinada por 12 deputados do Congresso dos EUA enviaram uma carta ao CEO da Liberty Media questionando o porquê da negativa da entrada da Andretti da F1, elencando diversos motivos, inclusive leis americanas que garantem a livre concorrência.
❗️ 12 members of the United States Congress have written to Liberty Media chief Greg Maffei to express their concerns over F1 shunning Andretti and General Motors’ bid to join the F1 grid by 2026.
They’ve listed three questions they want answered by May 3 ⤵️
pic.twitter.com/EKglzTao2a
— The Race (@wearetherace)
May 1, 2024
A união de deputados dos dois grandes partidos estadunidenses nesta iniciativa ainda é uma ação mais simbólica do que efetiva. Um desdobramento de uma não resposta da Liberty a esta correspondência (que tem até dia 3 para fazê-lo) pode levar a um pedido de investigação por um dos Comitês Congressuais da casa. Leva mais tempo pois os procedimentos internos tem que ser cumpridos, mas ajuda a jogar um pouco mais os holofotes sobre a questão e forçar mais a barra sobre a Liberty.
Até onde se sabe, Andretti e Liberty terão uma reunião em Miami este final de semana para seguir com as tratativas para a entrada do time na F1. Ainda veremos o que acontece, mas a Andretti botou mais ainda o bode no meio da sala, ameaçando ir mais à frente com a questão das restrições de entrada. A União Europeia tem verdadeira urticária a cartéis e adoraria rever o caso da F1…