Putin em terceira visita a Pequim e o avanço de sanções
Em 2023, o presidente chinês, Xi Jinping, chegou a falar de uma “nova era” para os laços entre a China e a Rússia. Seu homólogo russo, Vladimir Putin, iniciou uma visita a Pequim na última quinta-feira (16), sua terceira no ano corrente, com o objetivo de fortalecer as relações. Ele estará ainda na 8ª Expo China-Rússia, na cidade de Harbin, no nordeste do país asiático.
“Para a Rússia, sitiada por sanções e isolamento global, a China é uma corda de salvamento vital para sua economia de guerra”, observa Philipp Ivanov, fundador a consultor-chefe da empresa Geopolitical Risks + Strategy Practice. “A China é o destino principal do comércio de energia russo e grande fornecedora de equipamento e tecnologia críticas, os quais a Rússia não tem mais acesso no Ocidente.”
De automóveis a smartphones. À medida que as marcas europeias e americanas abandonaram o mercado russo, a fim de evitar sanções internacionais, Moscou intensificou a aquisição de mercadorias chinesas. Esse aumento das importações ajudou a elevar para 240 bilhões de dólares o comércio bilateral em 2023, mais de 25% acima do ano anterior, segundo dados da alfândega chinesa.
Exportações de tecnologia têm papel importante. Embora a Rússia tenha se transformado no principal fornecedor de petróleo bruto para a China, segundo certos analistas, foram as exportações de tecnologia as principais responsáveis pelo incremento do comércio bilateral. Afinal, os acordos energéticos com a China envolveram descontos consideráveis nos preços, depois de o Ocidente ter parado de confiar no petróleo e gás russos.
A Rússia não teria suficientes caminhões, chips eletrônicos, drones ou bens intermediários sem a China, pois ela é o único país que exporta esses produtos para os russos, no momento.
Alicia García-Herrero, economista-chefe para a Ásia-Pacífico do banco de investimentos francês Natixis