Já sua terceira unidade, também na capital, está funcionando mais de 20 horas por dia. O restaurante está vendendo comida para quem não consegue cozinhar em casa – seja pela falta de água, luz ou gás. Também é fonte de renda para entregadores.
Abrir meu negócio diante desse caos me deixou aflito. Afinal, eu estava trabalhando enquanto pessoas estavam lutando por suas vidas, mas eu vi que estava ajudando muita gente. Recebi várias mensagens de clientes agradecendo por estar aberto e me contando que não tinham como cozinhar. Isso me deu ânimo para continuar.
Marcelo Mancuso, dono da rede Woking Thai Food
A loja fica ao lado de um rio, o Jacuí, no Mercado Paralelo. Segundo ele, outras 12 lojas que ficam no espaço também foram atingidas. “Estou vivo e toda a minha família também. Temos nossa casa e isso me conforta. Sei que muita gente perdeu tudo.” “É uma forma de mantermos nossa atividade, já que a empresa é a única fonte de renda minha e do meu sócio”, disse.
Mancuso diz que sua casa não foi atingida pelas águas, mas que muitos funcionários perderam tudo. O sogro do seu sócio também está entre os que perderam seus bens.
Os funcionários das outras unidades que conseguem se locomover estão trabalhando. “Não tem como pedir para ninguém que está passando por esta situação trabalhar. Nós tínhamos um delivery muito forte, que exigia a atuação de muitos motoboys. Com duas lojas sem operação, todos ficaram sem trabalho.”
Ele estima que o prejuízo com a loja alagada ultrapasse R$ 100 mil só em equipamentos. Perdeu câmara fria, exaustor e fogão, entre outros. “Não consegui chegar perto para ver se a loja ainda continua em pé”, lamenta. A unidade tem seguro, mas ele ainda não sabe se a apólice cobrirá os gastos.