O governador do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), afirmou na segunda-feira 29, que não acredita no potencial financeiro da economia verde.
Para o chefe do Executivo do estado do centro-oeste brasileiro, as chances de retorno do investimento interno e externo no desenvolvimento sustentável é “conversa fiada”.
“Primeiro que esse valor financeiro [decorrente da ação de manter a floresta em pé] até hoje é conversa fiada. Pouquíssima coisa aconteceu no Brasil e no mundo”, afirmou o empresário do União Brasil, em entrevista ao Roda Viva.
“Olha para as florestas tropicais aqui e nos países sul-americanos e pergunta se alguém recebeu alguma coisa, uma migalha aqui, um tiquinho ali”, prosseguiu o governador. “É muita conversa e pouco resultado.”
No entanto, ao contrário do apontado por Mendes, os compromissos nacionais com o desenvolvimento sustentável, têm levado o Brasil a buscar a liderança na transição ecológica verde. Como, por exemplo, na produção de energias alternativas. Somente neste campo, nos últimos dois anos, o país recebeu 5,86 bilhões de reais em investimentos da Noruega.
Críticas ao exterior
Ao mencionar a Conferência do Clima, em Copenhague, Mendes afirmou que os empresários se espantaram com a necessidade de 80% da preservação da Amazônia em território brasileiro.
“Perguntei para os produtores rurais de lá quanto que eles usavam da terra deles. E eles falaram que cerca de 80%, 85%. Quando eu contei para ele que nós tínhamos que preservar 80% do bioma amazônico, o produtor não conseguia entender aquilo”, afirmou. “Na Europa, em alguns países, eles usam 90%, 95%, e acabaram de flexibilizar os 4% que teriam que preservar. Esses países não fazem 20% do que o Mato Grosso e o Brasil fazem, e ainda se julgam no direito de vir aqui apontar o dedo”.
Para o governador, os esforços internacionais para preservação ambiental em seus territórios é irrisório, se comparado ao contexto brasileiro.
“Nós brasileiros temos que ter clareza o seguinte, não vamos sozinhos salvar o mundo. Não podemos ficar preservando as nossas florestas aqui, para sequestrar carbono, enquanto a China, os EUA e a Europa ‘aumentam’ o consumo de carvão”, ressaltou.