Aliados do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) admitem que o caminho para a retomada da popularidade do petista não será fácil, mas apostam nos números da economia e na rápida ação do governo federal para socorrer o Rio Grande do Sul, que vem sofrendo com enchentes nos últimos dias, como trunfos do mandatário para melhorar sua avaliação entre os brasileiros.
Nos bastidores, parlamentares alinhados com o Palácio do Planalto respiraram aliviados com o cenário de estabilização da queda da popularidade de Lula apontado pela pesquisa Quaest. Divulgado na quarta-feira (8), o levantamento mostrou que 50% aprovam o trabalho do presidente, enquanto 47% desaprovam. Apesar do empate técnico, há a leitura de que houve um estancamento na queda da aprovação do mandatário.
A avaliação de que a retomada da popularidade não será alcançada com facilidade reflete o cenário de poder de consumo limitado, apesar da melhora do quadro de empregabilidade no país.
Além disso, há o diagnóstico de que, por enquanto, nem mesmo a melhora dos dados de inflação e as perspectivas de crescimento ajudaram a mudar os rumos da avaliação do governo.
Para aliados do Planalto, além de turbinar a comunicação em torno de melhorias proporcionadas pelo Executivo, há o sentimento de que o governo precisa assumir responsabilidades e cumprir promessas feitas durante a campanha.
“Não é mais hora de procurar culpados, como o Congresso ou o presidente do Banco Central [Roberto Campos Neto]. É preciso assumir responsabilidades e cumprir promessa feitas durante a campanha”, avaliou um líder de partido com cargo no primeiro escalão do governo.
Também poderia contribuir para essa retomada, acreditam fontes alinhadas com o Planalto, resgatar um eventual prestígio entre eleitores da terceira via na corrida presidencial de 2022, que não se posicionaram no segundo turno entre Lula e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Outro elemento que é considerado um possível caminho para a melhoria da avaliação de Lula é uma reação à ação imediata do governo federal para ajudar no socorro ao Rio Grande do Sul.