Deputado chamou Lula de “ex-presidiário, ladrão e corrupto”. O pedido era para apurar eventuais crimes de calúnia e difamação pelo fato de Gilvan ter chamado Lula de “ex-presidiário, ladrão, corrupto, condenado por corrupção e lavagem de dinheiro” durante uma manifestação pró-armas. No relatório final encaminhado ao STF, o delegado do caso, Alessandro Silveira Furtado, se limitou a descrever o vídeo e a transcrever o depoimento do deputado, e concluiu o caso sem apontar qual crime teria sido cometido. O caso agora está sob análise da Procuradoria-Geral da República.
Volume de pedidos chama atenção
Risco de politização dos órgãos de investigação. O alto número e a natureza dos pedidos feitos, sobretudo na gestão Dino à frente da Justiça, têm levantado debate sobre os riscos de politização da PF.
Pedidos têm causado a reação de políticos da oposição. Em um dos pedidos mais recentes, que Lewandowski recebeu do então ministro da Secom, Paulo Pimenta, em 7 de maio e encaminhou para a PF, a oposição chegou a acusar o governo de “abuso de autoridade”.
Pimenta pediu apuração contra parlamentares por fake news no RS. Ele pediu a abertura de um inquérito para investigar políticos e influenciadores, principalmente do espectro da oposição, que estariam divulgando informações falsas envolvendo as enchentes no Rio Grande do Sul. O pedido conta com críticas à atuação do Estado e inclui até um post do deputado federal Eduardo Bolsonaro.
Partido Novo chegou a apresentar queixa-crime na PGR. A sigla acusa Pimenta e Lewandowski de abuso de autoridade por tentarem supostamente criminalizar postagens que estariam contempladas pela liberdade de expressão. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, porém, não viu crime dos ministros e arquivou o pedido. Em paralelo, a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara aprovou um convite para Pimenta participar de uma audiência pública no colegiado e explicar os critérios para solicitar a investigação.