Em sexto, Kelvin Hoefler desabafou ao final: “Não sei se eu vou continuar ainda. Fiquei bem cansado mentalmente principalmente. Acompanhar essa galera é muito difícil”. O brasileiro, que levou a prata em Tóquio, tem 30 anos e fechou o dia com 270,27 pontos, número para pódio em quase todas as provas do skate mundial. Bicampeão olímpico, Horigome chegou a 281,14 e o vice Eaton, a 281,04.
Comentando na Globo, o ex-skatista Geninho não se surpreendeu com a fala desanimada de Hoefler. É um esporte de jovens, ficando cada vez mais jovem. É meio isso mesmo.
A diferença entre os gêneros se dá, especialmente, pelo machismo que ainda afasta meninas de tantas modalidades. Faz muito pouco tempo que o skate feminino se popularizou e isso se reflete de maneira muito clara na idade das principais estrelas do esporte.
O que assusta é ver que o masculino também vai acabar reduzindo sua idade média no topo, tornando-se cada vez menos acessível aos “anciãos” 30+.
Acabei pensando no futebol, e como praticamente normalizamos um time ser campeão brasileiro liderado por um garoto de 17 anos ou mesmo uma seleção vencer a Eurocopa liderada por um garoto de 16 — Lamine Yamal completou 17 um dia antes da final.
Claro, ainda temos atletas veteranos competindo em alto nível, mesmo em modalidades historicamente jovens, como Jade Barbosa, do alto de seus 33 anos. Mas também vimos Zheng Haohao competir no skate street feminino com apenas 11 anos de idade. Nascida em 11 de agosto de 2012, ela veio ao mundo um dia antes do encerramentos dos Jogos de Londres.