O número deve crescer, já que a chuva ainda não acabou. “Ainda é difícil dar números precisos. O que podemos fazer é dar uma prévia, com base em conversas com produtores locais”, diz Luís Bohn, adjunto da gerência da Emater-RS. “A tendência é que esse dano seja absorvível [pelo setor], com incremento de produção, tecnologia e crescimento de área de plantio”, diz.
Vai faltar vinho e suco de uva?
Inicialmente não. Isso porque, segundo Bohn, o período de colheita das uvas já estava no fim quando as tempestades começaram no Sul. A safra foi colhida entre dezembro e março. Porém, fatores como estradas obstruídas pelas enchentes podem fazer com que haja atraso no transporte das frutas e dos produtos pelo país.
Mas a próxima safra pode ser impactada. Ainda não se sabe se o impacto será significativo, já que neste momento os produtores ainda não conseguiram avaliar totalmente suas propriedades, a situação das vinhas que restaram e o próprio solo, que ficou encharcado.
Caso vinhas antigas tenham sido danificadas, plantar novas mudas no lugar pode atrasar a próxima colheita. O tempo médio para que o parreiral comece a produzir uvas com plenitude é de cerca de três anos, de acordo com Maurício Bonafé, engenheiro-agrônomo e gerente Agrícola da Cooperativa Vinícola Aurora.
E o custo para novas plantações é alto. Bonafé estima que cada novo hectare pode representar um investimento de até R$ 150 mil para novas plantações, caso a vinha antiga tenha sido danificada com as enchentes. Esse valor varia para mais ou para menos conforme a variedade plantada, que vai desde as americanas e híbridas (para produção de suco e vinhos de mesa) até as viníferas (destinadas para elaboração de vinhos finos).