Ministro menciona a criação de linhas de crédito, mas não detalha valores; define o cenário do Estado como “dramático”
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo federal irá propor na 4ª feira (8.mai.2024) medidas econômicas para aliviar a situação de calamidade no Rio Grande do Sul. O Estado foi atingido por fortes chuvas durante a semana e ao menos 83 pessoas morreram.
“Estamos trabalhando em outras frentes importantes e queremos construir esse trabalho o mais rapidamente possível. Tudo dando certo, submeto para o presidente [Lula] amanhã alguns cenários para 4ª feira definirmos”, declarou Haddad a jornalistas nesta 2ª feira (6.mai).
O ministro citou algumas ações que podem ser feitas pelo governo:
- adiar a cobrança de impostos para empresas;
- criar linhas de créditos para as famílias e para os municípios;
- medidas para acelerar a quitação dos débitos do Rio Grande do Sul com a União.
Questionado sobre os valores dos possíveis empréstimos, Haddad respondeu que ainda não há como definir uma cifra específica.
“Sem a água baixar, é muito difícil fazer estimativa de custo. Então tem que aguardar os próximos dias para fazer uma avaliação dos danos e como vamos enfrentar esse problema”, afirmou.
Sem muitos detalhes, ele disse que os empréstimos serão de redes bancárias. Mencionou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) como uma possível subsidiária. Declarou que terá uma reunião na 5ª feira (9.mai) com a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, sobre o tema, entre outros assuntos.
Sobre a dívida gaúcha, afirmou que o objetivo é focar só no Estado afetado para que “tenha capacidade de investimento”. O governador Eduardo Leite (PSDB) busca negociar a dívida com o ministro desde que ele assumiu a Fazenda.
Haddad mencionou reuniões e preocupações também do Congresso Nacional. Citou os presidentes Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do Senado, e Arthur Lira (PP-AL), da Câmara.
“Temos que isolar nesse momento o maior problema nosso para enfrentar de maneira adequada. É um caso totalmente atípico que precisa de um tratamento específico.”
O chefe da Fazenda esteve no Rio Grande do Sul com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros no domingo (5.mai). Haddad definiu o cenário local como “muito dramático”. Segundo ele, o que mais impressiona é o tamanho dos estragos pelas chuvas.
“Nunca vi nada nessa extensão territorial. Uma coisa tomar 200, 300 municípios é a que mais choca. Obviamente você vê pessoas ainda isoladas, famílias que perderam… é difícil. Situação que comove muito, mas vamos trabalhar”, declarou.
O temporal afetou 385 dos 497 municípios do Rio Grande do Sul. Segundo a Defesa Civil. Leia abaixo os números da tragédia: