Taxação entrou como “jabuti” dentro de projeto sobre carros elétricos. A taxação das compras internacionais foi incluída em um trecho do programa Mover (Programa Mobilidade Verde e Inovação), projeto que está sendo analisado na Câmara. Na política, quando um item é acrescentado a um texto ao qual não tem referência direta, é chamado de “jabuti”. O plano era que o projeto fosse votado ontem, mas a votação acabou adiada.
Taxação menor está entre as possibilidades. Na mesa de discussão, está a possibilidade de estabelecer uma alíquota diferente dos 60% que seriam cobrados com o fim a isenção. O governo e o PT brigam para que o tema seja tratado em outra proposta.
Lula afirmou que “muita gente não paga imposto”, em maioria de classe média. “Como você vai proibir pessoas pobres, meninas e moças que querem comprar uma bugiganga, um negócio de cabelo, sabe?”, questionou.
Quando discuti, eu falei com [vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo] Alckmin: minha mulher compra, sua mulher compra, sua filha compra, todo mundo compra, a filha do [presidente da Câmara, Arthur ] Lira compra. Então, precisamos tentar ver um jeito de não tentar ajudar uns prejudicando outros e fazer uma coisa uniforme.
Lula, sobre a taxação
Fala contraria intenções de Haddad, Alckmin e Lira. A taxação de compras internacionais de menor valor já foi defendida em outros momentos por Alckmin e pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda). A aprovação dentro do Mover é apoiada por Lira. Lula disse que não há uma conversa marcada com o deputado sobre o assunto, mas que, se ele quiser conversar, o presidente estaria aberto. “Estamos dispostos a negociar e encontrar uma saída”, declarou.
Não foi marcada nova data para a votação ainda. A votação estava prevista para o início desta semana, mas já tinha sido adiada justamente por conta da polêmica envolvendo o Remessa Conforme.