Antes mesmo de conhecer os resultados, partidários da oposição e do chavismo já estavam nas ruas de várias cidades do país comemorando, mesmo sem saber quem seria o ganhador. Boa parte dos eleitores de Edmundo González aguardavam na frente dos centros de votação, na tentativa de proteger as urnas com os comprovantes impressos dos votos. Durante o domingo, eles denunciavam irregularidades nas zonas eleitorais pelas redes sociais.
Festas para Chávez
Os chavistas em Caracas foram para o Palácio do Miraflores para aguardar os resultados e celebrar o aniversário de 70 anos de Hugo Chávez, que morreu em 2013. Nicolás Maduro, esperado por dezenas de seguidores, subiu ao palco instalado na frente do palácio presidencial para comemorar as eleições. Segundo ele, o resultado da votação foi “o triunfo da independência e da dignidade do povo da Venezuela“. O presidente voltou a ressaltar que o “sistema eleitoral do país é o mais confiável”.
A oposição também reivindicou a vitória. “Todos na Venezuela sabem o que aconteceu. Sabemos o que as pessoas fizeram para uma mudança pacífica. Hoje, os derrotamos com votos”, disse Maria Corina, na madrugada desta segunda-feira, acompanhada por Edmundo González Urrutia. Segundo Corina, “violência é ultrajar a verdade”. De acordo com a opositora, “o candidato Edmundo González obteve 70% dos votos”. Ela pediu que (os militantes) continuem comemorando a vitória de Edmundo e reiterou que irá “até o final”.
Edmundo González afirmou que “foram violadas todas as normas, como indica o fato de ainda não ter sido entregue a maioria das atas (de votação)”. Omar Barbosa, secretário da Plataforma Unitária, informou que a oposição tem apenas 30% das atas de votação porque, devido às irregularidades, em algumas zonas eleitorais não foi permitido acesso a testemunhas. Ele fez um chamado para garantir a paz, a integridade do voto e o direito do povo a alternar o poder.
Protestos denunciam fraude
Em algumas partes do país os eleitores da oposição saíram às ruas para protestar após a divulgação dos resultados. Houve panelaços tanto em regiões populares como em áreas mais abastadas. Gritos de “fraude” também ecoaram em Caracas.