Mãe fala sobre os momentos de desespero que viveu ao ter a filha recém-nascida sequestrada
A pequena Isabela está de volta ao lugar de onde nunca deveria ter saído: os braços da mãe. Ainda na maternidade, três horas após o parto, a recém-nascida foi sequestrada. Esta é a primeira entrevista de Natália, mãe de Isabela, depois dos momentos de desespero pelos quais passou.
Isabela foi roubada do Hospital de Clinicas da Universidade Federal de Uberlândia, no Triângulo Mineiro. Quem cometeu o crime foi Cláudia Soares Alves.
Cláudia, que é neurologista, se identificou na portaria com nome e CPF falsos, alegando ser enfermeira e que iria cobrir a falta de uma funcionária. Já dentro da unidade, mentiu de novo dizendo que era pediatra, e seguiu para a maternidade.
“Ela perguntou pra todo mundo do quarto se estava precisando de alguma coisa, se estava tudo ok e tal. Minha menininha já estava com fome e ela não estava pegando o peito ainda. E aí eu aproveitei e falei: ‘não, se você puder trazer aquela fórmula, aquele leite lá no copinho.’ Foi a brecha que ela precisava!”, afirma Edison Ferreira Leandro Júnior, pai de Isabela.
Cláudia então levou a criança para uma sala, onde a colocou dentro de uma mochila. Trinta e oito minutos após chegar ao hospital, a médica voltou para seu carro com a mochila e fugiu.
O trajeto foi identificado graças a imagens e fotos das praças de pedágio, que também ajudaram na prisão de Cláudia, logo depois do sequestro.
Com a bebê no banco de trás do carro, a médica passou por duas rodovias federais durante a fuga. A viagem foi durante a noite e durou cerca de uma hora e meia. No percurso, ela não parou em nenhum local e foi direto para a casa onde mora em Itumbiara, a 135 quilômetros do hospital de onde a criança foi levada.
Isabela foi encontrada na casa da médica, 12 horas depois. Cláudia foi presa em flagrante. Para a polícia, ela agiu sozinha e o crime foi premeditado.
Ao Fantástico, o advogado de Cláudia Alves Soares disse que ‘irá demonstrar na justiça que a acusada é portadora de transtorno afetivo bipolar e que no momento dos fatos, se encontrava em crise psicótica, não tendo capacidade de discernir a natureza ilícita de suas atitudes”.
“Gratidão mesmo. Um sentimento de gratidão. A gente está muito transtornado. A gente não dorme. Meu esposo passou a noite inteira com ela no colo”, afirma Natália.
O hospital reforçou o protocolo de segurança, que inclui agora a revista dos funcionários.
Natália recebeu alta na última sexta-feira (26).
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