Leia artigo de Acílio Lara Resende sobre o impacto das redes sociais e das novas tecnologias sobre a campanha eleitoral e os políticos | Foto: Ilustração O TEMPO
O tempo passa, e o governo, ao que parece, fica a ver navios enquanto os problemas se acumulam de maneira extremamente perigosa e preocupante. Até hoje, não sabemos qual é o plano do governo Lula, que, pela terceira vez, assume a Presidência, mas agora enfrentando – muito mais do que nos anteriores, quando quase tudo lhe era favorável –, turbulências políticas, econômicas etc. Turbulências que, na realidade, se iniciaram a partir do dia 8.1.2023, que já deveria ter ficado para trás.
A Reforma Tributária foi uma conquista, mas só ela não basta. É preciso que todos os políticos, sobretudo o presidente da República, se lembrem das suas obrigações em relação, principalmente, à educação e à saúde.
O cartunista Chico Caruso, na última segunda-feira (29.4), em sua primeira charge da semana, mostrou o presidente Lula apressado e dizendo, com a fisionomia de poucos amigos: “Vamos em frente que é segunda-feira outra vez, gente”! O cartunista refletia o desejo da maioria do povo brasileiro. O Brasil precisa de ações concretas do seu governo.
Feito o registro, vamos ao assunto do título, leitor, que são as novas tecnologias, que terão (já estão tendo, aliás) grande influência na política, mas, sobretudo, nas eleições municipais –que se aproximam com uma velocidade que não nos dá tempo nem de pensar.
A política, ou “a política pop”, como me diz o jornal O TEMPO, vem permitindo, por enquanto, o crescimento do candidato “autoral”, que só se utiliza das redes sociais, conforme reportagem publicada na edição de segunda-feira. E isso, obviamente, chama a atenção dos marqueteiros, que foram responsáveis, por exemplo, pela vitória, dentre muitas outras, do presidente Lula há mais de 20 anos.
E o mais interessante, como também informa a reportagem, é que as novas tecnologias, na política, de modo geral, são dominadas pelos candidatos jovens e que se alinham à direita. O pré-candidato à Prefeitura de Belo Horizonte, Bruno Engler (PL), apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, desde a eleição para deputado estadual (foi o mais votado em Minas) nunca teve marqueteiro em sua campanha. São dele estas palavras: “Eu quem faço as coisas. Não tenho um marqueteiro. Nós vamos decidindo como fazer”. Só que, neste ano, a disputa é outra. Ela obrigará o candidato a se mostrar ao eleitor.
O marqueteiro Juliano Sales, da Casablanca Comunicação, reconhece a importância das redes sociais e da internet, mas defende, segundo O TEMPO, que só elas não bastam: “É preciso ter planejamento para saber como vai se posicionar”. O publicitário Cacá Moreno também considera que “a capacidade autoral não é um limitador de mercado para quem é capacitado dentro do marketing político”.
É mais do que provável, todavia, que um candidato à Prefeitura de Belo Horizonte não terá sucesso somente através das redes sociais. Vai precisar de se mostrar, de dizer quem é e o que já fez. O fator humano será sempre fundamental. O cidadão comum já tem consciência de que a “internet aceita tudo”. Tanto o bom, quanto o ruim.
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) Acílio Lara Resende é jornalista
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