O ex-jogador Tostão, tricampeão do mundo com a Seleção Brasileira em 1970, certa vez escreveu que o futebol moderno com a evolução física dos atletas que correm o dobro ou o triplo do que corriam os jogadores da sua época, está se tornando “quase um outro esporte”. Tem razão o mestre Tostão. Ele próprio afirma que se um torcedor atual assistir os jogos da Copa do Mundo em que ele ganhou ao lado do Pelé, Rivellino, Gerson, Jairzinho e outros craques, esse jovem torcedor é muito capaz de pegar do sono por causa lentidão em comparação com os jogos de hoje.
É por isso, que jogadores que não se cuidam fisicamente perdem espaço, por maior talento que tenham nos gramados. Não tem jeito. O cérebro até pensa nos comandos certos de um passe, de um lançamento ou de um arremate. Mas se o atleta perde sono em baladas e exageros na bebida, a jogada não vai sair do jeito planejado, até porque esse jogador vai ter dois ou três rápidos marcadores em sua volta. Nesse futebol moderno, ou “quase um outro esporte” nas palavras do Dr. Eduardo Gonçalves de Andrade, o Tostão, atleta que não entender que o seu corpo é o seu instrumento de trabalho vai perder espaço e vai abreviar a sua carreira muito antes do que foi planejado. Antigamente com jogadores que guardavam posições, até era possível ludibriar a sua deficiência física com a técnica, um lançamento milimétrico ou uma jogada de efeito. Hoje, isso se torna impossível, tanto para os torcedores nas arquibancadas que logo percebem o “mandrião”, quanto para os modernos equipamentos de “GPS” dos clubes que acusam os jogadores lentos em seus modernos notebooks.