A força-tarefa composta pelo Ministério Público e as policias civis e militares de Minas Gerais prendeu nesta terça-feira o investigado por ter ameaçado três deputadas estaduais de “estupro corretivo”. A prisão ocorreu em Olinda, em Pernambuco, na terceira fase da operação Di@na. No ano passado, Lohanna França (PV), Bella Gonçalves (PSOL) e Beatriz Cerqueira (PT) receberam ameaças em seus e-mails institucionais.
- No STF, Raquel Lyra vence disputa contra Assembleia Legislativa por orçamento e aumenta desgaste
- Problema de saúde: Internação de Bolsonaro atrasa lançamento de pré-candidato do PL em Belo Horizonte
Em agosto de 2023, o MP instaurou uma investigação, onde descobriu que as mensagens violentas foram planejadas em grupos na internet, nos quais circulavam conteúdos de abuso sexual e pedofilia.
Neste contexto, a investigação identificou o principal líder do grupo criminoso, que respondia pelos apelidos “Leon” e “Grow”. O usuário passou a ser o principal investigado como responsável pelos crimes praticados em desfavor das parlamentares mineiras e por coagir adolescentes a se automutilarem e a lhe enviarem fotos nuas.
Batizada como Di@na, o nome faz referência à deusa da mitologia, que é protetora das mulheres e crianças. O @ faz referência aos crimes cibernéticos investigados.
Preso em Pernambuco, o investigado será transferido para um presídio em Minas Gerais.
— Foram meses muito difíceis para todas nós, até porque as ameaças não pararam, a gente só parou de divulgar. Meses em que a gente teve a nossa liberdade cerceada, em que as nossas famílias tiveram medo, nossas equipes foram ameaçadas. Mas, finalmente as investigações chegaram ao objetivo e junto ao preso foi apreendido muito material criminoso — diz Lohanna França, uma das três deputadas estaduais que foi alvo de ameaças.
No seu caso, o autor citou um projeto aprovado que ela aprovou Assembleia Legislativa de Minas (ALMG). De acordo com ele, a proposta que instituiu a “Semana da Maternidade Atípica” promove “irresponsabilidade feminina”, motivo pelo qual a parlamentar teria “sangue de crianças inocentes” em suas mãos.
A mensagem descrevia a violência sexual: “vou chegar de fininho em sua residência e entrar escondido, você nem saberá que eu estou lá até pular em seu pescoço e te colocar em algemas”.
Além disso, alegava saber dados pessoais de Lohanna, como o endereço de sua residência, e ameaçava dar um tiro em sua cabeça para “estragar o velório”. “Serei a última coisa que verá na vida”. dizia.