Com as inundações que atingem o Rio Grande do Sul, o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, destacou neste sábado que a preocupação também se estende à falta de água na cidade. Das seis estações de tratamento de água do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) de Porto Alegre, neste momento, quatro estão com as operações suspensas.
A estação de tratamento de água do Dmae de Ilhas (Ilha da Pintada) parou de operar, afetando gravemente a área do Arquipélago.
As estações Moinhos de Vento, São João e Tristeza, que afetam 66 bairros, já tinham tido o funcionamento interrompido pela gestão municipal.
Somente as estações Menino de Deus e Belém Novo funcionam normalmente.
A tragédia climática já contabiliza 57 mortes, além de 67 pessoas desaparecidas no Estado do Rio Grande do sul, segundo último balanço da Defesa Civil do Estado.
“É fundamental que não haja desperdício de água. Não dá para desperdiçar um copo de água, neste momento. Tem milhares de pessoas que não têm caixas d’água na cidade. É quase uma determinação do prefeito. Teremos um problema sério de água na cidade de Porto Alegre. Estamos trabalhando fortemente para recuperar a situação, mas quando o rio está muito para cima, você não consegue fazer o tratamento da água”, disse Melo.
Na Zona Norte, abastecida pela estação São João, já há relatos de falta de água, de acordo com Maurício Loss, diretor-geral do Dmae.
“Estamos tentando isolar um pouco as bombas para que a gente consiga religar principalmente a estação de São João, que abastece toda a zona norte de Porto Alegre. Por isso, é preciso focar no racionamento de água”, disse Loss.
“A partir do momento que o nível do Rio Guaíba continua subindo, e nosso problema é que alguns dos nossos pontos de captação de água são muito próximos do Guaíba, esses pontos estão sendo inundados, o que impossibilita a captação da água para posterior tratamento”, acrescentou.
Segundo o diretor do Dmae, o nível do Guaíba continua subindo. “Há prognóstico de que possa chegar a 5 metros e meio, apesar de ter diminuído a velocidade de subida (neste momento está em 2 centímetros por hora), mas a gente ainda não consegue mensurar em quanto ele pode chegar”, disse ele.
“Não medimos esforços para recuperar as estações. Depois que as águas baixarem será necessário avaliar os danos físicos e elétricos. Pedimos ainda para as pessoas que se sintam ameaçadas que saíam o quanto antes de suas casas, enquanto há acesso terrestre. Quando a água avança, dificulta o resgate’’, acrescentou ainda o diretor do Dmae.
“Estamos focados em acolher as pessoas, salvar vidas. Vamos recuperar a cidade porque temos união de esforços. Estamos com força total de equipes próprias e parceiros atendendo à população”, completou o prefeito.