Conheça produção de queijos capixabas premiados; tradição é de família
Amarela, vermelha, preta… Essas são algumas das cores dos queijos artesanais produzidos por uma família com ascendência italiana há quase 140 anos em João Neiva, no Norte do Espírito Santo. Com sabor, aroma e textura exóticos, alguns queijos já ganharam prêmios internacionais e conquistam paladares ao redor do mundo.
A fabricação de queijos vem sendo passada de geração em geração, desde a imigração italiana e a vinda da família Giacomin ao Espírito Santo, em 1888. Uma das pessoas que herdou essa tradição foi o pai da Gabriela Giacomin, que construiu uma queijaria na residência onde morava, nos anos 2000.
“No começo, ele fabricava quatro tipos de queijo, que era o provolone, cabacinha, muçarela e montanhês. Mas, quando surgiu a pandemia, em 2020, ele sentiu a necessidade de passar o negócio adiante”, explicou Gabriela Giacomin.
Foi quando a produtora Gabriela e o esposo Pedro Henrique Borlini aceitaram o desafio de assumir o empreendimento. Há três anos, o casal expandiu o negócio e também passou a comercializar vinhos, geleias, biscoitos e bolos, além de construir um espaço para receber os clientes que queiram tomar um café da manhã.
Reconhecimento internacional
E o sucesso foi imeditado. Em 2023, os queijos produzidos pelo casal participaram de um concurso pela primeira vez: o 6º Prêmio Queijo Brasil, realizado em Santa Catarina. Na competição, quatro produtos enviados pela família Giacomin foram premiados.
A produtora Gabriela revelou que a base da receita é de família, mas com aprimoramento em estudos.
“Premiações importantes, que colocam nossos queijos no cenário nacional e internacional, são uma conquista para nós, mas também para nosso município de João Neiva e para o Espírito Santo”, avaliou.
1,5 mil quilos de leite por mês
Todos os processo de fabricação dos queijos são realizadas pela própria família, que cuida desde a alimentação das vacas para ter um leite de qualidade até à comercialização dos produtos. Por mês, 1,5 mil quilos da iguaria são produzidos.
À frente das produções fica Pedro Henrique, que se especializou como mestre em queijaria para se dedicar plenamente aos negócios. Ele conta que o cuidado com as vacas é fundamental para a qualidade do produto.
“Todo processo de queijo é interferido diretamente pelo alimento da vaca, a água que ela bebe, o local onde ela está. Então, tudo que está no contexto do gado é o que o queijo vai ter de diferencial de sabor e de aroma”, pontuou.
O empreendedor também explica que a matéria-prima coletada das vacas é encaminhada para um tanque inox, onde ocorrem as análises do soro do leite e do fermento. Em seguida, é feita a remoção do soro, o repouso, a filagem da massa e a moldagem do queijo, que pode ter diversos formatos.
A última etapa é a salmora, que é quando o queijo é colocado em uma mistura com sal.
Sabor, aroma e cores diferentes
Já os queijos premiados recebem um processo diferente. Alguns deles ficam maturando (armazenados em câmaras específicas com temperatura e umidade controladas) por até 90 dias.
“O queijo maturado é um queijo com mais sabor. A gente faz apurar todo o sabor e todo o aroma que está no queijo, desde a origem do leite. A gente faz essa maturação, que dá um sabor diferenciado”, explicou o mestre em queijaria.
Depois do processo de maturação, alguns queijos recebem a ‘película’, que é uma resina de grau alimentícia.
“Isso é para a proteção do queijo. Logo em seguida, a gente volta com ele para a maturação, ressaltando ainda mais o sabor e o aroma”, completou.