Brum diz que não pensa em investir mais na modalidade. “A vida precisa seguir, mas é um choque para todos nós que perdemos tudo. Radicalmente não estarei realizando mais novos investimentos, está cada vez mais difícil para nós, agricultores, que ainda buscamos trabalhar com a terra”, declarou o produtor à prefeitura, em relato nas redes sociais.
O suinocultor Ivo Bernardo Mayer, 60, também de Tupandi, perdeu 450 dos 600 animais recebidos há 14 dias em sua propriedade no Vale do Reno. Os 150 porcos sobreviventes serão realocados. Eles perderam com as chuvas o equivalente a R$ 100 mil investidos em 2022 no espaço e nos equipamentos de automação.
Ele não irá mais investir no agronegócio. “Nunca imaginei passar por isso. Recém havíamos terminado de pagar as dívidas e estávamos felizes que teríamos uma sobra de lucros maior no final do mês. É triste ver toda a árdua dedicação perdida em segundos e nem sequer teremos o seguro para conseguir cobrir a reconstrução”, lamentou o produtor. Mayer afirma no relato da prefeitura que, com a idade que tem, não terá “mais condições e coragem” para reiniciar o negócio e que vai migrar de ramo.
No Tik Tok, a usuária Vivian Fuhr compartilhou um vídeo da propriedade dos pais dela “no interior do Rio Grande do Sul” inundada e informou que, apesar dos estragos no campo, eles haviam conseguido resgatar os bichos a tempo. “Todos os animais daqui estão salvos e em local seguro”, contou.
Há risco de desabastecimento de proteínas
A situação de bovinos, suínos e aves criadas no estado está precária. “Temos locais em que não houve enchentes, mas insumos e colaboradores não conseguem chegar por causa da situação das estradas. Muitos deles perderam tudo, alguns pela terceira vez, após várias enchentes”, afirma Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).