A Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) apresentou uma visão geral sobre as chamadas públicas lançadas recentemente pela entidade para os participantes da SC Expo Defense. O programa Mais Inovação Brasil, que contempla editais para selecionar projetos inovadores em diversas áreas, vai disponibilizar cerca de R$ 2,2 bilhões em subvenção econômica não reembolsável, dos quais R$ 280 milhões só para o eixo Soberania e Defesa Nacional.
Incluído como prioritário pelo governo federal na sua nova política industrial (missão 6), o segmento de Defesa e Segurança deve receber mais investimentos também do setor produtivo. A perspectiva da injeção de recursos não reembolsáveis por meio de chamadas públicas de subvenção econômica como as lançadas pela Finep e de novas fontes de financiamento previstas na política do governo federal tem como meta alcançar a autonomia na produção de 50% das tecnologias críticas de maneira a fortalecer a soberania nacional no setor.
Para o presidente da Federação das Indústrias de SC (FIESC) e presidente do Conselho de Desenvolvimento da Indústria de Defesa e Segurança da CNI (Condefesa-CNI), Mario Cezar de Aguiar, o nível de risco associado a projetos altamente inovadores, dependentes de investimentos substanciais em pesquisa que podem ou não se converter em soluções economicamente viáveis, muitas vezes, afasta o empreendedor. “Fontes de recursos não reembolsáveis se tornam estratégicas para contribuir no desenvolvimento de novas tecnologias em alguns setores. É o caso das empresas estratégicas de defesa”, destacou.
As chamadas da Finep por meio do programa Mais Inovação prevêem a participação obrigatória de pelo menos um Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) no projeto, aproximando a indústria dos centros de pesquisa.
O edital da Finep foca no desenvolvimento de produtos e serviços associados a três tecnologias críticas, sendo um projeto da Marinha, um do Exército e um da Aeronáutica.
O superintendente de inovação da Finep, William Rospendowski, explica que o objetivo é evitar pulverização de recursos, para priorizar a autonomia tecnológica do país em temas sensíveis. O Exército selecionou o Radar M200 multimissão. Já a FAB escolheu o projeto do foguete de decolagem para veículo hipersônico, enquanto a Marinha selecionou o projeto que visa desenvolver o processo de obtenção do gás hexafluoreto de urânio para a Marinha.
O superintendente da Finep apresentou também o edital aberto para soluções inovadoras no segmento de aviação sustentável. Além dos editais de subvenção econômica, a Finep apresentou ainda linhas de crédito regulares para fomento à inovação. Rospendowski destacou as baixas taxas de juros e os prazos dos financiamentos, e destacou que projetos de inovação com aderência às missões prioritárias contam com juros ainda mais atrativos.