Se a França enviar suas tropas para a Ucrânia, a resposta da Rússia não será apenas política, disse a agência de notícias estatal RIA citando uma autoridade do Ministério das Relações Exteriores russo nesta quarta-feira (22).
Artyom Studennikov, chefe do departamento europeu do ministério, não especificou quais medidas a Rússia tomaria em tal evento, mas disse que Moscou alertou Paris sobre elas e acrescentou que o envio de tropas francesas para a Ucrânia aumentaria o risco de um confronto entre duas potências nucleares.
No início de maio, a França e a Comissão Europeia disseram ao presidente da China, Xi Jingping, que queriam que ele usasse a sua influência sobre a Rússia para pôr fim à guerra na Ucrânia, sublinhando ao mesmo tempo que a União Europeia não vacilaria no seu apoio a Kiev.
O presidente Emmanuel Macron recebeu o líder chinês na sua primeira visita à Europa em cinco anos e participou de reuniões com ele e com a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, em Paris, enquanto procuravam mostrar uma frente unida em questões que vão desde o comércio até a Ucrânia.
A China reforçou os laços comerciais e militares com a Rússia nos últimos anos, à medida que os EUA e os seus aliados impuseram sanções a ambos os países, especialmente a Moscou, desde a invasão da Ucrânia em 2022.
O comércio China-Rússia atingiu um recorde de 240,1 bilhões de dólares em 2023, um aumento de 26,3% em relação ao ano anterior, mostram dados alfandegários chineses. As remessas chinesas para a Rússia aumentaram 46,9% em 2023, enquanto as importações da Rússia aumentaram 13%.
Para além dos laços financeiros, as potências ocidentais têm estado especialmente preocupadas com a possibilidade de Pequim fornecer armas a Moscou e contornar as sanções existentes sobre materiais que podem ser utilizados tanto para fins civis como militares.
“Contamos com a China para usar toda a sua influência sobre a Rússia para acabar com a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia”, disse von der Leyen aos jornalistas após uma reunião trilateral no Palácio do Eliseu, em Paris.
Macron disse que a coordenação com a China sobre a Ucrânia foi “absolutamente decisiva”.
Os combates na frente oriental da Ucrânia pioraram nas últimas semanas, enquanto as tropas de Kiev aguardam ajuda militar crucial dos EUA e da Europa para conter o avanço russo.
(Com informações de John Irish e Elizabeth Pineau, da Reuters)
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