O Senado deve começar a analisar uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que cria um “orçamento de guerra” – ou seja, fora do Orçamento-Geral da União – para calamidades climáticas como as fortes chuvas que atingem o Rio Grande do Sul desde a última semana.
Autor do texto, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) afirmou em rede social nesta segunda-feira (6) que já tinha reunido as 27 assinaturas necessárias para colocar o tema em tramitação.
“Já conseguimos as assinaturas necessárias para tramitar a PEC que cria um regime especial para a reconstrução do RS e um instrumento permanente para tragédias desta magnitude. Trabalhando de forma integrada e suprapartidária o Congresso dará sua contribuição neste grave momento”, escreveu.
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“Eu penso, presidente Pacheco, que a nossa responsabilidade essa semana será de perseverança, de discussão e de rumo para que a gente ali elabore uma medida totalmente extraordinária”, disse o presidente da Câmara.
Pacheco, por sua vez, destacou que o momento é para “retirar da prateleira e da mesa a burocracia” – e citou o exemplo da PEC de Guerra, que autorizou uso de dinheiro público fora das regras de controle fiscal durante a pandemia.
“Fizemos isso na pandemia com muita altivez no âmbito do Congresso Nacional com proposta de emenda à constituição que apelidamos de PEC da Guerra, com inúmeras medidas legislativas excepcionais”, declarou Pacheco.
Líderes partidários da Câmara e do Senado devem se reunir no início desta semana para decidir a tramitação dessas medidas. Há chance de que se adote um rito acelerado para viabilizar o envio dos recursos.
O texto prevê que o chamado “orçamento de guerra”, apartado do Orçamento-Geral, seja criado em caso de “calamidade pública ambiental de importância regional ou local“.
Para que as regras extraordinárias valham, a PEC estabelece que:
- a calamidade tem que ser “reconhecida pelo Congresso Nacional”, após solicitação do Presidente da República;
- a regra excepcional deve ser usada “somente naquilo em que a urgência for incompatível com o regime regular”;
- o dinheiro deve ir para “ações da União nas áreas afetadas com o objetivo de auxiliar os entes afetados”.