A transição para uma economia global de baixo carbono demandará investimentos de US$ 3 trilhões, disse neste sábado a secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen. Ela fez a afirmação em um evento promovido pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), na capital paraense.
“Estar tão perto da magnífica Amazônia também é um lembrete de que a transição para uma economia global de baixo carbono também é a maior oportunidade econômica do século 21”, disse Yellen. “A transição exigirá nada menos que US$ 3 trilhões em novo capital de muitas fontes a cada ano entre agora e 2050. Isso pode ser alavancado para apoiar caminhos para um crescimento sustentável e inclusivo, inclusive para países que historicamente receberam menos investimentos.”
Yellen está em Belém a convite do presidente do BID, o brasileiro Ilan Goldfajn. Ela esteve pela manhã em eventos com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o anfitrião Goldfajn e autoridades locais e com empresários da região. À tarde, participou de uma cerimônia com o presidente do BID e o governador do Pará, Helder Barbalho, no Museu Goeldi, instituição vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.
“Na Amazônia e em outros lugares, também vemos outra tendência preocupante: a perda sem precedentes e acelerada da natureza e da biodiversidade. Assim como as mudanças climáticas, essa perda tem impactos abrangentes, desde a migração e fragilidade até o aumento da insegurança alimentar e hídrica”, destacou Yellen. “E estamos em um ciclo vicioso: as mudanças climáticas aceleram a perda da natureza e da biodiversidade, enquanto essa perda transforma sumidouros de carbono em fontes de carbono e elimina a infraestrutura natural que dá suporte à resiliência às mudanças climáticas.”
A secretária defendeu que a pouca efetividade no enfrentamento das mudanças climáticas é fruto não somente de deficiências na política ambiental, mas também de uma “má política econômica”.
“Simplificando, negligenciar o enfrentamento das mudanças climáticas e da perda da natureza e da biodiversidade não é apenas uma má política ambiental. É uma má política econômica”, afirmou.