A partir dessa visita, Kotani assumiu um papel fundamental de aproximar o Kodokan à colônia japonesa, e ao judô do Brasil e seus praticantes. As informações transmitidas pelo judoca influenciaram até mesmo um grupo de pesquisadores da USP que, em 1940, realizou uma viagem de campo ao Japão. Buscando compreender melhor a cultura do país nipônico, esse grupo visitou o Kodokan para entender como o judô era praticado em seu país de origem. Um dos membros da comitiva, Mario Botelho de Miranda, permaneceu no Japão e tornou-se membro do Kodokan.
Após a Segunda Guerra Mundial, Kotani teve uma influência importante na reconexão da Confederação Brasileira de Pugilismo e o Kodokan. Ele também intermediou a realização do Mundial de Judô Masculino no Brasil em 1965. Segundo os autores do estudo, a pesquisa demonstrou que Kotani era visto no país como um herdeiro legítimo do legado de Jigoro Kano. Assim, assumiu “o papel de autoridade carismática e tradicional no Brasil”, impactando o alinhamento do judô no país aos ideais do Kodokan.
O estudo foi publicado no The International Journal of the History of Sport, sob o título Sumiyuki Kotani, the Kodokan Emissary to Brazil (Sumiyuki Kotani, o emissário do Kodokan no Brasil).
O judô é um dos esportes mais praticados no Brasil. Segundo a Confederação Brasileira de Judô, cerca de 2 milhões de pessoas praticam o esporte no país, número 12 vezes maior que o do Japão, que tem cerca de 160 mil praticantes. Essa popularidade se reflete em resultados nas grandes competições da modalidade. O judô brasileiro já conquistou 22 medalhas olímpicas (4 ouros, 3 pratas e 15 bronzes). Desde os Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, o Brasil subiu ao pódio em todas as edições.