Já se pode dizer que o Brasil nunca teve de lidar com uma catástrofe de proporção da que se abateu sobre o Rio Grande do Sul. Proporção essa que nem sabemos exatamente a que ponto ainda vai chegar. E por quantos anos vão se espalhar suas consequências.
Como lidar com uma situação dessa?
Haja um grande esforço de autoridades de vários níveis e uma enorme solidariedade nacional com o estado e suas vítimas, o que se examina é como coordenar tudo isso. Pelo nosso pacto federativo, a autoridade é do governador do estado que está tendo de lidar ao mesmo tempo com múltiplas crises dentro de uma só. Crise de saúde pública. Crise de desabastecimento. Crise de segurança pública. Crise econômica e financeira. Crise humanitária de tamanho inédito, com centenas de milhares de pessoas atingidas de uma forma ou outra.
Tratar tudo isso ao mesmo tempo exige autonomia, recursos à disposição e rapidez de implementação que a atual estrutura institucional e legal não proporciona. Daí o que se examina no momento, a formação de algum tipo de comitê gestor de crise. O que implicaria inclusive em algum tipo de mudança na Constituição, no prazo recorde.
Dinheiro o governo diz que não vai faltar. Vontade de ajudar por parte de milhões de cidadãos também não. O decisivo agora parece ser a capacidade de dirigir, coordenar e implantar.
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