A dura rotina a levou a interromper os estudos ao fim do fundamental, que ainda coincidiu com a morte do seu marido. Leninha comemora, porém, os estudos dos filhos.
Minha filha foi a que mais estudou, está terminando a faculdade. Meu filho mais velho, que está com 25 anos, fez o ensino médio, e o mais novo foi só até a sétima série, eu ainda estudei mais do que ele. Mas não julgo, estudar dá muito trabalho. Moramos numa cidade de vale com muitas ladeiras, voltar andando depois de um dia cansativo não é fácil.
Taxa de analfabetismo entre pretos e pardos é mais que o dobro da registrada entre brancos. O problema afeta 10,1% dos pretos, 8,8% dos pardos e 4,3% dos brancos. Para cor ou raça indígena (16,1%), quase quatro vezes maior que a de brancos.
A vantagem da população branca é registrada em todos os grupos etários, mas a distância em relação às demais caiu em comparação a 2010. Naquele ano a diferença era de 8,5 pontos percentuais para pretos, 7,1 para pardos e 17,4 para indígenas. Em 2022, ela caiu, respectivamente, para 5,8, 4,5 e 11,8 pontos percentuais.
O analfabetismo também atinge mais a camada mais velha da população. Em 2022, o grupo de 15 a 19 anos atingiu a menor taxa de analfabetismo (1,5%) e o grupo de 65 anos ou mais permaneceu com a maior taxa: 20,3%. De acordo com o IBGE, isso indica que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação.
Mesmo tendo registrado a maior taxa, o grupo de 65 anos teve a maior queda ao longo dos últimos três censos em pontos percentuais. Passou de 38% em 2000 para 29,4% em 2010 e 20,3% em 2022, uma redução de 17,7 pontos percentuais no período.