Segundo a organização da Agrishow 2024, realizada até dia 3 de maio em Ribeirão Preto (SP) e considerada a maior feita do tipo do mundo em parque aberto, existe sim uma percepção dos dos representantes da feira sobre a questão. Com presença notória de jovens circulando no evento, a organização afirma que tem constatado de fato “ao longo dos anos, um público cada vez mais jovem, que muitas vezes são descendentes dos “primeiros” visitantes da Agrishow, que teve sua primeira edição em 1994, há quase três décadas.
Embora não haja dados sobre idade nesta edição, as estatísticas da feira de 2022 apontam que cerca de 75% dos visitantes tinham papel decisivo e influenciador na compra de produtos, equipamentos e serviços. Esse grupo era “composto principalmente pelas faixas etárias de 25 a 34 anos e de 35 a 44 anos”, que “representam bem o perfil dos profissionais do campo em fase de sucessão familiar.”
Comparado aos dados do último Censo Agropecuário do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), feito em 2017, também é perceptível o padrão. Há sete anos, o país contava com 5 milhões de estabelecimentos agropecuários, sendo que a faixa etária predominante entre produtores (homens e mulheres) era a de 45 a 54 anos, seguida do grupo 55 a 65 anos.
Rodrigo Bonato, diretor de marketing da John Deere para América Latina, diz que nos últimos 10 anos a multinacional tem constatada “uma mudança muito interessante no mercado do Brasil” por conta da mecanização cada vez mais presente. “O produtor brasileiro entende que o aumento da produtividade do país passa pela adoção de tecnologia. E nos últimos três a quatro anos, principalmente após o período da pandemia, ficou mais evidente ainda essa questão, do benefício que ela gera”, diz Bonato.
Para o diretor, o fenômeno ocorre em todos os portes de agronegócio e está atrelado à idade dos novos gestores e à união das famílias em prol dessa otimização produtiva. “A nova geração que vem para o agro é ávida e adota a tecnologia com respeito pela experiência da geração passada”, afirma.
A empresa, que tem o slogan “inspirando gerações”, diz que o tradicionalismo dos avós construiu o agro no país e agora vem ganhando novas características e rompendo barreiras em relação ao novo. “Ocorre uma mistura muito interessante e a gente tem visto isso cada vez mais em nossos clientes. É muito comum a gente receber no nosso estande da Agrishow essa interação entre pai, filho, filha. A sucessão está agora não é mais algo traumático para as famílias, porque eles começaram a trabalhar cada vez mais juntos e fazem de forma mais estruturada”, conta o diretor.