Ele reafirmou, no entanto, que é contra o aborto, mas vê como questão de saúde. “Não é novidade. Eu, Luiz Inácio Lula da Silva, fui casado, tive 5 filhos, oito netos e uma bisneta. Eu sou contra o aborto. Entretanto, como o aborto é realidade, a gente precisa tratar como uma questão de saúde pública.”
Foi a primeira vez que Lula tratou do projeto, aprovado quando ele estava em viagem. “Quando alguém apresenta uma proposta de que a vítima precisa ser punida com mais rigor do que o estuprador não é sério. Sinceramente, não é sério”, afirmou.
O ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) já tinha afirmado ontem (14) que o governo não apoiará. “Não contem com o governo para essa barbaridade. Vamos trabalhar para que um projeto como esse não seja votado”, disse.
Tenho certeza que o que tem na lei já garante de forma civilizada para tratar com rigor o estuprador e com respeito a vítima. É isso que precisa ser feito.
Lula, sobre PL do aborto
O projeto ainda não tem data para ser votado no plenário da Câmara. Lira disse à colunista Raquel Landim que vai indicar uma “mulher moderada” para relatar o PL do aborto e que será discutido com a bancada feminina. Caso seja aprovado, seguirá para análise do Senado.
A proposta é do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que é próximo ao pastor Silas Malafaia. Lira tinha prometido colocar o tema em discussão no plenário em troca de apoio da bancada evangélica à sua reeleição na presidência da Casa em 2023.