Além disso, são avaliadas linhas de financiamentos para a reconstrução de aviários, armazéns, aquisição de maquinários e outras infraestruturas comprometidas pelas enchentes. “Foi pedido ao CMN a prorrogação imediata, por 90 dias, de todos os débitos do setor, de custeio e investimentos, visto que o setor já vinha de secas, mas agora a situação se agravou de forma excepcional”, disse Fávaro à imprensa.
Expectativas para La Niña
Durante três anos consecutivos do efeito climático La Niña – que se trata da diminuição da temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico – houve um cenário diferente a cada ano de safra. Em 2020/21, os resultados foram satisfatórios, sem perdas na lavoura. Já em 2021/22, o Rio Grande do Sul registrou uma das piores colheitas, devido à seca.
Com clima quente e ausência de chuvas, a semeadura entre outubro e novembro de 2022 teve dificuldade de se desenvolver e amadurecer até a época de colheita, entre janeiro e abril. Logo, na safra 2022/23, houve redução na produção, mas não tão significativa quanto na temporada anterior.
Agora, ao fim do calendário 2023/24, o que poderia ser um volume positivo dá espaço para a frustração de muitas áreas produtivas. Quem explica o histórico é Marco Antônio do Santos, agro meteorologista e sócio-fundador da Rural Clima. “Em 2023/24, passou-se de uma La Niña para um El Niño de forte intensidade. Ele causou problemas para o trigo, porque setembro, outubro e novembro foram extremamente chuvosos e afetaram a no Rio Grande do Sul”, ele conta.
Além disso, as safras de arroz e soja começaram com o plantio atrasado, devido às chuvas do final inverno e primavera de 2023. “Agora, no finalzinho da colheita da safra, vem esse dilúvio e coloca um ponto final nas quebras do Rio Grande do Sul”, resume.