Na luta entre o Brasil solidário e o Brasil das trevas, o bravo povo gaúcho tentava sobreviver, escapando das águas dos rios que não paravam de subir, recolhidos nos abrigos improvisados e nas casas de parentes e amigos. Enquanto uns se dedicavam, arriscando as próprias vidas, a salvar as vítimas do dilúvio, outros só queriam promover o caos e boicotar as doações.
Muitos saqueadores foram presos, mas os disseminadores de ódio e desinformação continuavam todos soltos até o momento em que escrevo esta coluna.
Já fiz a cobertura de muitas enchentes, mas nunca tinha visto nada parecido, tamanha a destruição provocada, não só pelas chuvas, mas pela incúria de governantes ao longo dos tempos, permitindo plantações e construções nas margens dos rios, com a “flexibilização” dos códigos ambientais.
Não se trata agora de procurar culpados e partidarizar as responsabilidades, mas de unir esforços no hercúleo trabalho de reconstrução do Rio Grande do Sul, que deverá levar décadas.
É hora de arregaçar as mangas e colocar mãos à obra, para ao menos minimizar o sofrimento de quem perdeu tudo nas enchentes, menos a esperança. Quem precisa de ajuda não quer saber se virá do poder municipal, estadual ou federal.