Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, destinou R$ 7,5 milhões de recursos públicos a obras irregulares em benefício próprio. À época, ele ainda exercia o mandato de deputado federal; pouco tempo depois, tomou posse do cargo de ministro do governo Lula da Silva.
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Segundo o documento, Juscelino destinou emendas parlamentares do “orçamento secreto” ao município de Vitorino Freire (MA), reduto eleitoral do deputado e de sua família desde a década de 1970. O recurso foi usado para obra de pavimentação que beneficiou dezenas de propriedades particulares que pertencem a Juscelino e aos seus parentes. Não houve, a partir das obras, qualquer ganho para a população local.
Em seu editorial desta quarta-feira, 1º, o jornal O Estado de S. Paulo analisou o relatório e concluiu que, se ainda faltava algo para que o presidente Lula da Silva, enfim, “tomasse uma atitude firme diante da coleção de malfeitos de seu ministro das Comunicações”, já não falta mais.
“Aqui e ali, Lula sempre deu a entender que não afastaria um ministro com base ‘apenas’ em reportagens da imprensa profissional, quase sempre desqualificada pelos poderosos quando faz bem feito o seu trabalho de levar à sociedade informações de interesse público”, destacou a publicação.
Para o Estadão, essa “desculpa esfarrapada” não existe mais a partir da divulgação do relatório da CGU, órgão do próprio governo.
Para o jornal, já passou muito da hora de o presidente da República afastar do primeiro escalão do Poder Executivo federal “alguém que demonstra tamanha inaptidão para o cargo de ministro de Estado”.
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